TEA & neurodiversidade

O autismo, ou Transtorno do Espectro Autista (TEA), é como uma condição do neurodesenvolvimento que afeta a forma como a pessoa percebe o mundo, se comunica e interage socialmente. Ele é descrito como um espectro, porque apresenta uma grande variação de características e intensidades entre os indivíduos diagnosticados.

No Brasil, cerca de 2,4 milhões de pessoas já têm diagnóstico de TEA. Esse número cresce de forma acelerada, não por aumento populacional, mas pelo aperfeiçoamento dos critérios e métodos de identificação. A tendência é que esse número continue crescendo, revelando a real dimensão da neurodiversidade e exigindo cada vez mais inclusão e preparo profissional.

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pessoas neuro divergentes

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O que é o TEA?

Transtorno do Espectro Autista

Two autistic friends sitting outside using stim toys and laughing at their phones
Two autistic friends sitting outside using stim toys and laughing at their phones

O Transtorno do Espectro Autista (TEA) não é uma condição única e fixa, mas sim uma constelação de manifestações muito diversas. Cada pessoa autista apresenta um conjunto único de características, com diferentes níveis de habilidades, desafios e formas de interação com o mundo. Isso torna essencial o reconhecimento de que não existe um único jeito de ser autista — o espectro é amplo e multifacetado.

Um dos fatores mais importante é a redução do estigma em torno do autismo. Com a popularização do conceito de neurodiversidade — que valoriza as diferentes formas de funcionamento neurológico como variações naturais da mente humana —, mais pessoas se sentem confortáveis em buscar avaliação e reconhecer-se como parte do espectro.

Como reconhecer o TEA ?

O que são neurodivergências?

Neurodivergência é um termo que descreve pessoas cujos cérebros funcionam de maneira diferente do que a sociedade convencionou como “padrão” ou “típico”.

Em vez de serem tratadas como portadoras de transtornos, as pessoas neurodivergentes carregam formas únicas de perceber, processar e se expressar no mundo. Esse conceito nasceu para romper com a ideia de deficiência e valorizar a diversidade neurológica.

Pessoas autistas, com TDAH, dislexia, discalculia, Tourette, transtornos do processamento sensorial ou até superdotação são exemplos de neurodivergência. Em comum, essas vivências carregam outras formas de sentir, aprender, interagir e criar.

Por muitos anos, a diferença neurológica foi vista apenas como algo a ser corrigido. Modelos clínicos tradicionais colocavam o foco em limitações e déficits. Crianças que não se encaixavam nos padrões escolares eram rotuladas como “problemáticas”; adultos que não performavam como o esperado eram vistos como “dispersos”, “difíceis”, “lentos”.

Esse olhar gerou invisibilidade, sofrimento e exclusão — especialmente em contextos como escolas e ambientes de trabalho.

O termo não aponta um déficit, mas uma variação natural do funcionamento humano.Nos últimos anos, graças ao avanço das neurociências, à escuta mais ampla de pessoas neurodivergentes e aos movimentos sociais de inclusão, começamos a trilhar um novo caminho: o da compreensão e do acolhimento das diferenças neurológicas como parte da diversidade humana.

O diagnóstico do Transtorno do Espectro Autista (TEA) e de outras neurodivergências é um processo clínico que deve ser realizado por profissionais especializados em saúde mental e neurodesenvolvimento. Esse processo é criterioso, baseado em evidências científicas e envolve diferentes etapas para garantir uma avaliação precisa e cuidadosa.

O diagnóstico não é feito com base em um único teste ou consulta, mas sim em uma análise ampla, que considera diferentes fontes de informação. O objetivo não é rotular, mas compreender de forma mais profunda o funcionamento individual daquela pessoa, para que ela possa ter acesso a recursos, estratégias de apoio e, acima de tudo, acolhimento.

Se você suspeita que possa estar no espectro autista, ou acredita que alguém próximo possa se beneficiar dessa avaliação, é fundamental procurar profissionais habilitados, como psicólogos com formação em avaliação diagnóstica, psiquiatras, neurologistas ou neuropsicólogos.


Como buscar um diagnóstico de TEA ou outras neurodivergências?

Transtorno do Espectro Autista

Two autistic friends sitting outside using stim toys and laughing at their phones
Two autistic friends sitting outside using stim toys and laughing at their phones

A Aura não realiza diagnósticos clínicos. Nosso trabalho está em outro campo: o da educação para a inclusão.

Enquanto o diagnóstico clínico busca compreender o funcionamento neurológico do indivíduo, a atuação da Aura está voltada para transformar os ambientes sociais, profissionais e institucionais, tornando-os mais preparados para acolher pessoas neurodivergentes.

Por meio de capacitações especializadas, ajudamos profissionais a compreender as necessidades sensoriais, emocionais e de comunicação das pessoas autistas. Oferecemos orientações práticas sobre como adaptar o ambiente físico, ajustar a linguagem e as interações, e prevenir situações que possam causar sobrecarga ou desregulação sensorial e emocional.


O papel da Aura